Wednesday, August 24, 2005

Under The First Eclipse & Eclipsed Spirituality


A mixagem de “Eclipsed Spirituality” foi concluída na madrugada de ontem no estúdio HP Records, onde Aldo e eu aproveitamos para gravar uma introdução para a nossa primeira música gravada juntos. A intro foi batizada de “Under The First Eclipse”. E posso garantir que o trabalho de produção e mixagem realizado pelo Aldo, após uma grande troca de idéias nossas, foi realmente fantástico! Estou ansioso para que as pessoas possam ouvir nossa música. Por isso, já se encontra em construção o site oficial da banda, que em breve estará disponível, provavelmente com alguma faixa para download.

Existe uma curiosidade muito interessante sobre a letra de “Eclipsed Spirituality”, que gostaria de contar, já que é algo que me deixa muito lisonjeado e orgulhoso ao mesmo tempo. No final do ano passado, quando eu ainda estava no processo de composição dessa música, encaminhei um rascunho da letra, que ainda não tinha um título definido (Amarna Rising pt. 1 era só o que constava na época), para o Karl Sanders, da banda de Death Metal americana Nile, já que nos comunicamos frequentemente por e-mail. A letra trata de um dos episódios mais desconcertantes, polêmicos e importantes da história do Egito Antigo: o período Amarniano, quando o faraó Amenophis IV, que mudou o seu nome para Akhenaton (ou Akhenaten), subiu ao trono e introduziu diversas reformas na religião, arte e política naquele país – uma verdadeira revolução.
E o Karl me disse que por anos os fãs do Nile, entre os quais estou incluído, lhe pediam para que ele escrevesse uma canção sobre Akhenaton, mas que nunca antes havia realmente pensado em fazê-la, devido a existência da famosa ópera de Philip Glass e que não sabia como lidar com o assunto dentro do contexto Death Metal do Nile.
Bem, passado uns dois meses, Karl declarou que tinha escrito uma canção sobre Akhenaton e que a mesma levaria o título de “Cast Down The Heretic”. Logo em seguida e para a minha surpresa, numa entrevista concedida por ele, semanas antes do lançamento do álbum “Annihilation Of the Wicked”, ocorrido em 24 de maio deste ano, quando indagado sobre uma canção que falava sobre o citado faraó no novo álbum do Nile, Karl disse que só após ter lido aquele rascunho, que eu lhe enviara, é que ele teve uma luminosa inspiração de como deveria compor tal música, em virtude da maneira bastante incomum com que tratei e escrevi sobre o tema... E essa explanação do Karl pode ser vista no encarte do último álbum do Nile, onde ele também me agradece por diversas outras inspirações – estas certamente por causa de alguns CDs, com os mais diversos estilos de música, incluindo bastante música árabe, que lhe enviei no início do ano. Por todos esses acontecimentos é que a satisfação que sinto é realmente grande, considerando ainda que o Nile é um dos maiores ícones do Death Metal contemporâneo e seu líder, Karl Sanders, um profundo conhecedor da história egípcia.
Mas apesar de “Eclipsed Spirituality” e “Cast Down The Heretic” tratarem do mesmo período da história do Egito Antigo, elas se diferem totalmente no contexto e sobre o ponto de vista. Na letra que escrevi, o fato é visto através dos olhos do próprio Akhenaton, enquanto que na do Karl, através dos olhos raivosos dos sacerdotes do clero de Amon-Rá. E é claro que ambas também têm perspectivas e visões muito pessoais sobre o acontecimento... Musicalmente as duas faixas não têm quase nada em comum, exceto que ambas são muito pesadas.

A foto acima mostra a Edição Especial de Colecionador do mais recente álbum do Nile “Annihilation Of The Wicked”, limitada em 5000 cópias, já esgotada. Mas o álbum ainda está disponível em CD na versão digipack e em vinil duplo.

Voltando ao Amarna Sky, estamos no momento finalizando os arranjos da próxima faixa a ser gravada. Dia 30 retornaremos ao estúdio HP Records para dar continuidade às sessões...

Friday, August 19, 2005

Amarna Sky




Amarna Sky é o nome do projeto que está sendo criado pelo escritor deste blog, juntamente com Aldo D´Isep, músico, produtor e proprietário do conceituado estúdio HP Records. A proposta do projeto é fazer música pesada, intensa, mas também sem medo de experimentações e sem ficar restrito a rótulos. Alguns amigos que já ouviram um pouco do nosso material acham que temos uma levada doom, com a opressão rítmica herdada do industrial, alguns toques de metal tradicional e até pitadas de rock progressivo... Aliado a tudo isso, pretendemos fundir o peso do metal com a diversidade da música étnica (árabe, marroquina, indiana, etc.), que achamos muito rica, exótica, mística e que tem muita relação com o nome do projeto, bem como com nossa temática. Aldo é o responsável pelas guitarras, baixo e teclados e eu pela bateria, percussões diversas e vocais, bem como pelas composições e letras, as quais continuo escrevendo. Apesar de sermos músicos de longa data, Aldo e eu nunca tocamos juntos. E é por esse motivo que acho ainda mais incrível todo o entrosamento e química que tem rolado no estúdio! Além de grande músico, o Aldo consegue captar facilmente a aura de uma canção e traduzir todo o sentimento dela em notas, tornando menos árduo o nosso processo de composição. Confesso que o meu perfeccionismo, às vezes, pode até irritar as pessoas... Por isso, desde já, agradeço ao Aldo pela paciência que tem tido comigo... E, após trocarmos várias idéias a respeito do projeto, decidimos gravar um CD independente, que poderá ser um álbum ou um mini-álbum, dependendo do que irá acontecer no estúdio HP Records nas próximas semanas ou meses de gravação! E se algum selo se interessar pela nossa música, melhor ainda. No último dia 11 finalizamos a gravação da faixa “Eclipsed Spirituality”, que na verdade trata-se da primeira parte de um épico conceitual dividido em quatro partes, intitulado “Amarna Rising”, que acabei de escrever no final de julho. Na semana que vêm faremos a mixagem da mesma, bem como começaremos os preparativos para a gravação da próxima música e segunda parte do épico, chamada “Rising Heresy”. Agradecimentos especiais ao Richard e a todos da Meinl Cymbals (USA) pelo pronto atendimento e cortesia. É com orgulho que toco com os pratos da Meinl, empresa que está sempre à frente no quesito inovação! Mais detalhes das gravações, bem como algumas fotos, em breve...

Pra quem não sabe ou ainda não viu, a primeira “aparição” do Amarna Sky ocorreu no tributo aos suíços do Celtic Frost, chamado de “Homage to Celtic Frost”, que está disponível no site oficial da banda (http://www.celticfrost.com/) desde abril deste ano. O cover gravado pelo Amarna Sky leva o nome de “Pandemonium/Phallic Tantrum” e contou com a participação de Valdyr Daldon Jr. nas guitarras e baixo, sendo que a bateria, derbak e vocais ficaram sob minha responsabilidade. Valdyr além de músico, é jornalista e um grande amigo. Quero deixar registrado aqui a minha “mega” gratidão ao “Dardão” (como também é conhecido), que não pensou duas vezes quando convidado para participar do evento. Vale lembrar que o Amarna Sky foi a única banda/projeto do Brasil a participar desse tributo, que contou com a colaboração de fãs e músicos dos Estados Unidos e de vários países da Europa. Ao lado da minha foto estão outras duas feitas especialmente para o tributo, nas quais “Dardão” aparece com a camiseta do AC/DC e eu com a da Meinl, na primeira encarnação do Amarna Sky. Agradecimentos mais do que especiais ao Vinicius Mariano da Valhalla Metal Magazine pela grande força que nos deu na divulgação desse tributo e pelo interesse que demonstrou pelo Amarna Sky, conforme matéria publicada na edição nº 32 dessa mais do que histórica revista. Valeu Vinicius!

Saturday, August 06, 2005

Hiroshima










O que dizer no 60º aniversário desse trágico evento?

Podemos reler o célebre poema de Vinícius de Moraes "Rosa de Hiroshima" ou ouvir os seus versos na inesquecível canção, de mesmo nome, gravada pelos Secos & Molhados em seu primeiro álbum:

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

"Não existe caminho para a paz; a paz é o caminho." (Gandhi)